Os ciberataques estão a crescer de forma alarmante, e as infraestruturas de telecomunicações estão na linha da frente deste cenário. De acordo com o Nokia Threat Intelligence Report, divulgado pela APDC, entre junho de 2023 e junho de 2024, o número de ataques de negação de serviço distribuído (DDoS) disparou. O que antes eram um ou dois ataques por dia, passou a ser mais de 100 ataques diários em muitas redes.
Quem está a ser mais afetado? Os Estados Unidos registam o maior número de ciberataques, principalmente devido à concentração das suas infraestruturas de telecomunicações e à presença de grandes empresas tecnológicas. Mas este fenómeno não é exclusivo dos EUA – é uma ameaça global.

Ciberataques mais sofisticados e a nova era da IA
A sofisticação destes ataques está a atingir níveis inéditos. Cibercriminosos estão a recorrer a inteligência artificial generativa e automatização para aumentar a velocidade e o volume dos ataques, tornando-os mais difíceis de detetar e, claro, de bloquear.
Se antes os ataques eram mais previsíveis, agora a IA permite que os criminosos cibernéticos adaptem as suas táticas em tempo real, explorando vulnerabilidades das redes numa escala sem precedentes. Este cenário exige uma resposta mais rápida e mais eficaz por parte das operadoras de telecomunicações e das entidades de segurança digital.
Os ciberataques não afetam apenas as grandes empresas ou instituições – têm um impacto real na vida das pessoas. Um ataque pode interromper serviços essenciais, desde chamadas de emergência a transações bancárias online. Além disso, as infraestruturas de telecomunicações são a base para grande parte da economia digital, o que faz destas ameaças uma questão de segurança nacional.
A necessidade de reforçar a cibersegurança nunca foi tão urgente. É essencial que empresas e consumidores estejam atentos a estas novas formas de ataque e adotem medidas para proteger as suas redes e dispositivos.
Quer saber mais sobre o impacto destes ataques e como se pode proteger? Consulte o Nokia Threat Intelligence Report, disponível através da APDC, para uma visão detalhada sobre as principais tendências e riscos em cibersegurança.
Índice de Intensidade Digital nas empresas
Nas empresas, o cenário digital está a dar passos sólidos, mas nem todas as organizações estão no mesmo patamar. Entre as empresas com 10 ou mais colaboradores, 7,9% já atingiram um nível muito alto de intensidade digital, enquanto 30,2% registam um nível “alto”.
Isto coloca Portugal na 10.ª posição na UE27, acima da média europeia (34,3%) com 38,1% das empresas a atingir níveis elevados de intensidade digital.
O que se verifica é que o tamanho das empresas faz a diferença. Quanto maiores, mais digitais: 40,5% das grandes empresas já estão no topo da escala digital, comparando com apenas 5,5% das pequenas empresas. Setores como Atividades de Informação e Comunicação e Energia lideram esta transformação digital, enquanto a Construção, o Alojamento e as Indústrias Transformadoras apresentam índices mais baixos.
Apesar dos desafios, este estudo mostra que Portugal está a avançar bem na literacia digital. Há setores em crescimento e uma consciência cada vez maior da importância do digital para competir no mercado europeu. Mas o trabalho está longe de estar feito – fortalecer as áreas mais frágeis será essencial para consolidar a posição de Portugal no mapa digital europeu.
Dicas para proteger a sua rede e dispositivos
Aqui ficam algumas recomendações simples, mas eficazes, para aumentar a segurança digital:
- Atualize o software regularmente – Mantenha os seus dispositivos e aplicações atualizados com as últimas versões, pois muitas atualizações incluem correções de segurança importantes.
- Utilize passwords fortes e únicas – Evite passwords óbvias como “123456” ou “password”. Opte por combinações de letras, números e caracteres especiais.
- Ative a autenticação de dois fatores (2FA) – Sempre que possível, use 2FA para adicionar uma camada extra de segurança às suas contas.
- Evite redes Wi-Fi públicas sem proteção – Redes abertas podem ser uma porta de entrada para ciberataques. Prefira uma rede privada e segura.
- Desconfie de e-mails ou mensagens suspeitas – Phishing continua a ser uma das formas mais comuns de ataque. Não clique em links nem descarregue anexos de fontes desconhecidas.