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Usar um carregador de marca branca danifica o telemóvel?

Todos os meses, confirmamos ou desmentimos frases que ouvimos, mas que não sabemos bem se são factos ou ideias sem fundamento.

 

Será que os carregadores de marca branca representam mesmo um perigo ou será só mito? 

Veja o que dizem os estudos mais recentes.

 

Os alertas em torno dos carregadores de marca branca centram-se, sobretudo, nas falhas de segurança elétrica e potenciais choques para o utilizador.

Numerosos estudos internacionais denunciam problemas de isolamento elétrico, choques e falhas de funcionamento. O relatório Compliance Verification 2023-2024 da Health Canada testou cinquenta carregadores USB de marca branca, importados, e identificou problemas de segurança graves em cerca de um terço, levando à recolha de vários produtos não certificados e à emissão de alertas ao consumidor.

Estas conclusões são reforçadas pelo maior estudo já realizado no Reino Unido sobre carregadores genéricos falsificados. Dos 50 carregadores de iPhone de marca branca analisados pela entidade independente Electrical Safety First, 98% falharam nos testes básicos de segurança, nomeadamente na proteção contra choque elétrico. Foram registadas falhas mecânicas e elétricas, incluindo ausência de isolamento interno adequado, o que poderia causar não só danos no telemóvel, mas também ferimentos no utilizador.

O que dizem os testes da DECO PROteste

A DECO PROteste realizou em 2024 testes independentes a carregadores universais, muitos de marca branca, vendidos em grandes superfícies. O resultado é um contraponto positivo: todos os modelos devidamente certificados (selo CE) passaram nos critérios de segurança e desempenho, com sistemas de proteção eficazes contra sobreaquecimento e potência estável, mostrando que existe oferta segura e económica dentro deste segmento desde que as normas europeias sejam respeitadas. A associação reforça, contudo, que a escolha deve recair sempre sobre produtos devidamente rotulados, vendidos em lojas de confiança e nunca em opções sem certificação ou a preços invulgarmente baixos.

Conclusão

Neste caso, não podemos falar de “Mito” ou de “Verdade”. Estamos perante um “Miver”, na terminologia do Prisma, com factos a corroborar os dois lados da mesma moeda.

Mas existe um ponto de interseção. A evidência mais recente que alerta para os perigos dos carregadores genéricos em detrimento do carregador da mesma marca parece demonstrar que a verdadeira questão não reside em tratar-se de uma “marca branca”, mas sim no incumprimento das normas de segurança convencionadas e na escolha de marcas desconhecidas em que o preço mais baixo é um fator decisivo. Esta é também a conclusão retirada dos testes da DecoProteste, que defende que os carregadores de marca branca são seguros, desde que devidamente certificados e rotulados.

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