O Projeto
PRISMA: um site, diferentes olhares sobre telecomunicações

O mundo que hoje conhecemos não existe sem telecomunicações. Estão nas nossas rotinas e influenciam a forma como comunicamos, trabalhamos ou nos entretemos…. E só quando nos falham é que pensamos nisso, de forma consciente.
No entanto, continua a haver muita desinformação, informação complexa e dispersa e falta de informação clara, o que gera confusão generalizada, suscita dúvidas e incertezas, permitindo a propagação de visões individuais, sem uma visão mais global do mercado.
Por isso nasceu o PRISMA, um projeto da Lift Consulting em parceria com o IPAM Lisboa com um propósito claro: trazer informação fidedigna, dados concretos sobre a relação e a experiência dos consumidores portugueses com os serviços e marcas de telecomunicações.
O PRISMA assume-se, assim, como um espaço de partilha e análise que, através da recolha e monitorização contínua de experiências e opiniões apoia os utilizadores com as diferentes perspetivas que lhes permitam fazer escolhas informadas e conscientes. Num mercado onde as opções são diversas e as condições muitas vezes complexas, conhecer a experiência de outros utilizadores, e a sua voz coletiva, pode ser “um ponto” importante para quem procura o melhor serviço, o que responda melhor às suas necessidades.
Para assegurar esta fotografia próxima, este “grande plano” do setor, o PRISMA promoverá conteúdos baseados na experiência e opinião de pessoas como tu, através de inquéritos e estudos periódicos, que deitam o olho ao estado do mercado das telecomunicações e às suas tendências. Conteúdos que serão desenvolvidos em colaboração com o IPAM Lisboa, que já tem uma vasta experiência na análise de comportamentos de consumo.
PRISMA: uma voz do consumidor
O que distingue o PRISMA de outros projetos que abordem as telecomunicações é a sua abordagem focada no utilizador. Aqui, não se trata de analisar tendências macroeconómicas ou estratégias comerciais das marcas. O que realmente importa são as histórias por trás dos números: as experiências do dia a dia, a liberdade na escolha de serviços, as experiências com o apoio ao cliente e os fatores que fazem com que um serviço seja recomendado. Ah! Mas não podemos esquecer o outro grande pilar: o combate à desinformação. Todos estamos nas redes, nos motores de busca… enfim, vivemos em modo digital. Um mundo cheio de altos e baixos, amores e ódios, onde as opiniões – muitas vezes formuladas a quente - proliferam rapidamente, não raramente sem validação ou contexto. O PRISMA pretende refletir sobre estas diferentes perspetivas, partir de experiências individuais que serão cruzadas com dados estatísticos para nos trazer uma outra leitura da realidade. O que propomos é que os utilizadores de telecomunicações possam perceber se os seus problemas são isolados ou parte de uma tendência mais ampla, e assim tomar decisões mais fundamentadas. O projeto tem o seu berço neste site, onde serão partilhados estudos e análises recentes, curiosidades e tendências, e em que as pessoas possam conhecer as experiências e opiniões de outros utilizadores (inquéritos e barómetros), assim como de especialistas. O que propomos é a criação de uma comunidade ativa e envolvida neste debate. Ao dar visibilidade às preocupações e necessidades dos consumidores, o PRISMA não só informa como também incentiva uma evolução positiva deste setor. Pretendemos que, ao longo do tempo, este espaço se torne num barómetro do que realmente importa para quem utiliza serviços de telecomunicações diariamente – para todos nós. Num momento em que a conectividade já se tornou quase “inata”, a missão do PRISMA é clara: dar voz aos consumidores e contribuir para um consumidor mais informado.
O bê-á-bá da história das telecomunicações em Portugal

Telefone, telemóvel, rádio, TV…. Estão tão presentes na nossa vida que parece que sempre existiram, mas não é bem assim. Se quisermos voltar ao verdadeiro ponto de partida, ao primeiro marco da história das telecomunicações, só temos de recuar até 1877, quando se fizeram as primeiras experiências telefónicas em Portugal. O momento? Uma ligação entre Carcavelos e a Central do Cabo, em Lisboa. Antes disso, o telegrafo era a única forma de comunicação à distância, com as primeiras linhas a entrarem em funcionamento 20 anos antes…
Depois disso, veio o telefone. Foi em 1882 que a Edison Gower-Bell Telephone Company começou a operar nas cidades de Lisboa e Porto. Mais tarde, em 1887, a Anglo-Portuguese Telephone Company assumiu a operação, mantendo-se ativa até 1967, quando foi nacionalizada e deu origem à empresa de telefones de Lisboa e Porto, aTLP. As gerações mais maduras devem lembrar-se desta sigla!
O telefone abriu caminho, mas foi a rádio que abriu caminho para a verdadeira “comunicação em massa”. A Emissora Nacional começou oficialmente as suas transmissões em 1935 e, três décadas depois, foi a vez da RTP dar início à era televisiva, com emissões regulares desde 1957.
Móvel e Internet: um salto de gigante na história das telecomunicações
A década de 90 foi revolucionária. 1991 foi o ano em que tudo mudou:
– a TMN (Telecomunicações Móveis Nacionais) lançou o primeiro serviço de telemóveis analógicos em Portugal.
– 8 instituições de ensino superior e a investigação deram o “pontapé de entrada” na web, passando a ser precursoras de uma ligação que, só a partir de 1994 viria a disponibilizar serviços ao público, com as extintas Esotérica e a Telepac como primeiros fornecedores.
– as universidades passaram a ter acesso à internet, abrindo portas para o que viria depois. Em 1994, as primeiras conexões ao público geral apareceram com a Esotérica e a Telepac, enquanto 1992 trouxe concorrência no setor móvel com a entrada da Telecel (hoje Vodafone).
Foi também nesta década que a fibra ótica começou a ser instalada. Em 1992, a Telecel (atual Vodafone Portugal) reforçou a concorrência no móvel e a fibra óptica começa a ser instalada. Dois anos depois foi fundada a PT – Portugal Telecom (desde 2015, Altice), a operadora pública de telecomunicações que fundiu as empresas estatais do setor.
E quem se lembra das primeiras ofertas de televisão por cabo? Começou a estar disponível em 1992, com a Bragatel, a operar apenas em Braga. Em 1995 já podia ser subscrita a nível nacional, com a TV Cabo Portugal.
Com mais serviços e operadores, a regulação ganhou relevância e em 1997 foi criada a ANACOM (Autoridade Nacional de Comunicações) para supervisionar e fiscalizar o sector.
A transformação prosseguiu com a liberalização do setor, na viragem do século, permitindo o aparecimento de novos operadores e mais ofertas. A partir daí, pacotes integrados – telefone, TV, internet – tornaram-se a escolha de muitos.
A revolução digital na história das telecomunicações
A partir de 2004, a internet móvel começou a ser uma realidade com a chegada do 3G, abrindo espaço para chamadas de vídeo e uma navegação nunca antes vista, com velocidades até aí impensáveis (megabites por segundo). Em 2011, Portugal destacou-se com a rede 4G, permitindo uma internet mais rápida e novos serviços, como a Mobile TV.
E seria um ano mais tarde que teria lugar a implementação completa da Televisão Digital Terrestre (TDT) em Portugal, substituindo as transmissões analógicas e abrangendo todo o território nacional.
Em 2014, dois dos principais operadores de telecomunicações, ZON e Optimus, deram o nó, dando origem à NOS, que trouxe novas ofertas convergentes de telecomunicações. NOS, MEO e Vodafone passaram a ser os três operadores com cobertura nacional.
A história das telecomunicações em Portugal continua a ser escrita com a chegada do 5G, um dos momentos mais marcantes desta década.
Em 2021, a ANACOM realizou o leilão para a atribuição de licenças de 5G, marcando um passo significativo na modernização das telecomunicações em Portugal. O leilão, que se estendeu por 1727 rondas, culminou com um total de 566,802 milhões de euros em licitações.
A NOS destacou-se ao investir significativamente na aquisição de espectro, reforçando a sua posição como um dos principais operadores com ampla cobertura na nova geração de redes 5G. Para além do investimento no leilão, a NOS lançou o Fundo NOS 5G, com uma dotação de 10 milhões de euros, destinado a impulsionar a inovação e o desenvolvimento de soluções que tirem partido das potencialidades do 5G.
Estima-se que o investimento total na implementação do 5G em Portugal atinja 2,3 mil milhões de euros até 2027, refletindo a importância estratégica desta tecnologia para o desenvolvimento económico e digital do país.
2024 foi marcado pela entrada da Digi em Portugal, após a aquisição da Nowo, uma nova dinâmica ao mercado, ao apostar num segmento low-cost.
Hoje, Portugal é um dos países europeus com maior cobertura de fibra ótica e uma elevada taxa de penetração de serviços de banda larga, mas o futuro promete ainda mais mudanças – e estaremos cá para acompanhá-las.
10 grandes marcos na história das telecomunicações em Portugal
1877 – Primeiras experiências telefónicas em Portugal, conectando Carcavelos à Central do Cabo, em Lisboa.
1932 – Primeiras emissões de rádio em Onda Média pela Emissora Nacional.
1957 – RTP inicia emissões regulares de televisão, marcando o início da era televisiva em Portugal.
1991 – Lançamento do primeiro serviço móvel (analógico), com a Fundação da TMN (Telecomunicações Móveis Nacionais)
1993 – Começou a ser disponibilizada televisão por cabo.
1994 – A Internet chega aos portugueses, após três anos a ligar apenas universidades.
1997 – Criação da ANACOM, a entidade reguladora das telecomunicações em Portugal.
2000 – Liberalização do setor, com as infraestruturas e redes públicas ao serviço dos operadores privados.
2004 – Portugueses passam a ter dados e acesso web no telemóvel, com a chegada do 3G.
2021 – A ANACOM realiza o leilão do 5G, preparando o país para a nova geração de comunicações móveis.
2024 – Entrada da romena DIGI em Portugal, apostando num num segmento low-cost.