Ecossistema de conectividade europeu dependente da tecnologia

Relatório da Connect Europe aponta 2025 como momento decisivo para Europa controlar a sua cadeia de valor em conectividade e impulsionar o crescimento.

Conectividade na Europa: Onde estamos em 2025?

Para a Europa, 2025 promete ser um ano de decisões importantes. Segundo o relatório “State of Digital Communications 2025“, da Connect Europe, está em jogo o futuro de tecnologias como o 5G, FTTH, 6G e até as redes inteligentes apoiadas em inteligência artificial (IA). 

Parece promissor, mas já sabemos que há sempre dois lados da moeda. Por um lado, a Europa tem o potencial de liderar este caminho. Por outro, o mercado ainda enfrenta alguns obstáculos: fragmentação, legislação e uma dificuldade crescente em escalar operações. Tudo isto afasta o investimento e a diminuir as receitas, algo que já não acontecia há vários anos. 

 

Conectividade: Mais do que estar online, é crescimento

Sabias que o ecossistema de conectividade representa 4,7% do PIB europeu? Nada mau para algo que começou apenas com cabos telefónicos. Em 2023, este mercado – que inclui desde serviços de telecomunicações, equipamentos de rede e conteúdos e aplicações – foi avaliado em muitos milhões de euros (cerca de 1 bilião – 1 000 000 000 000). Não estamos a falar de trocos. 

As empresas estão a investir cada vez mais: só em 2023, o setor injetou 115,5 mil milhões de euros em tecnologia e inovação. Os operadores de telecomunicações lideram este esforço, representando 60% do total, seguidos pelos fornecedores de conteúdos e aplicações digitais. A conectividade não é apenas uma moda. É o motor de competitividade e inovação de toda uma economia. 

O 5G na Europa: é para acelerar

E onde anda o 5G? É verdade que já está entre nós, mas a Europa ainda tem de correr para não ficar para trás. Enquanto a América do Norte já cobre 91% da sua população com 5G Standalone (SA), a Europa ainda só chegou aos 40%. Sim, estamos a melhorar – o número de redes 5G SA duplicou entre 2023 e 2024, passando de 10 para 19 –, mas não ao mesmo ritmo de outras regiões do mundo. 

E porquê tanta pressa com o 5G? Porque não se trata apenas de maior rapidez para ver ou fazer upload de vídeos no YouTube. É uma tecnologia que muda a forma como as empresas operam, como se desenvolvem cidades inteligentes e como se gerem infraestruturas críticas. 

 

Open RAN: redes mais abertas e inteligentes

Outro tema quente no mundo da conectividade é o Open RAN. Para quem ainda não está familiarizado com o conceito… não é motivo para preocupações. Em poucas palavras, são redes mais abertas, flexíveis e… baratas! A Europa até está bem posicionada nesta área. Até ao final de 2024 registava 16 testes e implementações comerciais, posicionando-se à frente da América do Norte (10), mas atrás da Ásia e Japão (24). 

Além disso, 52% dos operadores europeus já estão a experimentar funcionalidades de inteligência artificial para automatizar e otimizar as suas redes. Não é um luxo, mas uma necessidade para acompanhar a evolução tecnológica e manter a competitividade. 

 

Conectividade: desafio ou oportunidade?

Uma coisa fica clara: o futuro da conectividade na Europa respira potencial, mas também tem muitos desafios. Se a Europa quiser manter-se no top, terá de acelerar no 5G, fomentar redes mais abertas como o Open RAN e investir forte em tecnologias críticas como o 6G e a inteligência artificial. 

A conectividade é uma peça-chave no desenvolvimento económico e social. Sem ela, não há cidades inteligentes, carros autónomos ou hospitais digitais. E, para garantir tudo isso, é preciso uma visão estratégica e investimento constante. 

 
Percebemos, pois, que a conectividade será cada vez mais o alicerce das nossas vidas. A Europa tem a oportunidade de liderar este movimento – mas precisa de agir com rapidez. O atraso na expansão do 5G e as dificuldades em escalar as infraestruturas são alertas importantes. Por outro lado, o crescimento do Open RAN e a adoção de I.A. são sinais de que a inovação está no caminho certo. 

Se a Europa conseguir alinhar estratégia, inovação e um ambiente regulatório mais flexível, o futuro da conectividade poderá ser brilhante. Afinal, estar ligado já não é um extra – é uma necessidade vital para tudo o que fazemos.