Ficar sem rede a meio de uma chamada importante, ter muita urgência em falar com alguém e percorrer quilómetros sem fim para conseguir sinal. Se já passou por alguma destas situações, não está sozinho. A qualidade da rede móvel em Portugal é um tema que toca a todos.
Em 2023, um estudo realizado pela ANACOM no concelho de Ferreira do Alentejo, mediu os principais indicadores de qualidade das redes móveis: cobertura das redes; disponibilidade de sinal de rede nas tecnologias 2G, 3G e 4G e 5G; serviço de voz), acessibilidade do serviço telefónico móvel e serviços de dados – (acesso ao serviço de banda larga móvel). Dos resultados obtidos, destaca-se que nas medições às chamadas efetuadas, as três principiais operadoras – NOS, MEO e Vodafone – registaram indicação de rede existente entre 99,3% e 99%.
De “auricular atrás da orelha”, o Prisma decidiu avaliar a perceção dos consumidores quanto à qualidade da rede móvel das operadoras de telecomunicações em Portugal. E, como já vem a ser hábito, levou a cabo um inquérito. Para aguçar a sua curiosidade, dizemos-lhe já que 82% dos inquiridos estão satisfeitos com o seu serviço de rede móvel. Quer saber mais?
Entre os inquiridos mais satisfeitos no que diz respeito à cobertura e qualidade da rede móvel, a maioria pertence à NOS, à MEO e à Vodafone. Já nas operadoras low cost, os respondentes mais satisfeitos são os da WOO e da Amigo, com a DIGI a apresentar os resultados menos favoráveis.
Por outro lado, 18% dos inquiridos estão insatisfeitos com a operadora atual. Em relação às operadoras low cost, nenhum dos inquiridos cujos serviços pertencem à WOO ou à AMIGO relatou qualquer queixa ou motivo de insatisfação, não estando, assim, incluídos nesta percentagem.
Na verdade, não é muito difícil imaginar o que os respondentes mais detestam: precisarem de usar o telemóvel… e não terem rede.
As principais queixas prendem-se com falhas de rede e perda de sinal (66,7%), “ausência de cobertura em locais como ginásios, o metro ou algumas zonas residenciais”, e “baixa velocidade da internet e dificuldades em chamadas (11,1%). Alguns dos inquiridos partilharam a necessidade de reiniciar frequentemente o dispositivo para recuperar o sinal, assim como “dificuldades na realização de chamadas devido à fraca qualidade do sinal”.
Mais uma vez, é fácil de adivinhar: os consumidores portugueses querem estar ligados, sempre, e em qualquer lugar. Como um dos inquiridos enfatizou, existe a “necessidade de uma cobertura estável e sem falhas, evitando interrupções”. O “uso profissional e funcionalidade no dia a dia” também foi mencionado como “essencial para quem depende da rede para trabalhar”.
E os consumidores foram claros nas suas sugestões:
Maior cobertura da rede móvel em áreas rurais (porque também precisamos de estar ligados quando vamos passar o dia no campo); maior capacidade em zonas muito movimentadas (para não ficarmos incontactáveis no meio de um festival de música); e, para terminar, a estabilidade da rede em grandes cidades (porque ninguém merece perder uma chamada importante porque está no elevador).
Um estudo também de 2023, da Opensignal, revelou um dado talvez menos conhecido pelos consumidores: a velocidade média de download da internet móvel em Portugal atingiu valores impressionantes, com operadoras a registarem velocidades 5G entre 282,7 e 286,1 Mbps. Estes números colocam Portugal numa posição de destaque no panorama europeu da conectividade móvel.
No inquérito conduzido pelo Prisma, entre os 30% de inquiridos que utilizam a rede 5G, 40% afirmam que “a velocidade e estabilidade melhoraram muito”. No entanto, enquanto outros 40% dos inquiridos reconhecem que “houve melhorias, mas a diferença não é tão grande” em relação à rede 4G.
Entre os inquiridos que alternam entre as redes 4G e 5G, a perceção mantém-se semelhante: 41% dizem que “a velocidade e a estabilidade melhoraram muito”, outros 41% notaram “algumas melhorias” e 18% não verificaram diferenças relevantes.
À medida que avançamos para um mundo cada vez mais conectado, uma coisa é certa: a qualidade das redes móveis vai continuar, cada vez mais, a ser uma exigência dos consumidores. Afinal, em 2025, estar ligado já não é um luxo – é uma necessidade.
Ficha técnica
Este inquérito foi realizado pela Youzz para o projeto PRISMA, realizado pela Lift, em parceria com o IPAM, entre os dias 28 de fevereiro e 11 de março de 2025. O universo alvo é composto por utilizadores de serviços de telecomunicações residentes em Portugal, registados na comunidade Youzz.net. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir de questionário digital completo. Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar.
Foram obtidos 66 inquéritos, sendo consideradas 50 respostas válidas, ponderadas de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários e região.